Temos um Ano Todo pela Frente
Janeiro
sempre chega como uma folha em branco, imaculada e cheia de promessas. É um mês
com cheiro de novidade, um misto de esperança e de leveza, como se o peso dos
meses anteriores tivesse ficado para trás, dissolvido no último badalar de
dezembro.
O sol
parece mais brilhante em janeiro. Talvez seja a forma que ele encontra de nos
lembrar que há tempo, que há caminhos a serem trilhados, que ainda dá para
recomeçar. A cada manhã, quando a luz invade as janelas, há uma sensação quase
palpável de recomeço.
Mas é
curioso como o começo de um ano é mais do que uma data no calendário. Ele é uma
promessa silenciosa que fazemos a nós mesmos. "Este ano vai ser
diferente", murmuramos entre listas de metas, planos e sonhos que ainda
não foram vividos. A dieta que começará na segunda-feira, o projeto guardado na
gaveta, o livro que finalmente será escrito.
O começo do
ano também é um tempo de lembranças. A retrospectiva é inevitável: o que
fizemos, o que deixamos de fazer, quem esteve ao nosso lado. E, entre essas
reflexões, surge a pergunta inevitável: o que queremos levar adiante?
É fácil se
perder nos dias, nas rotinas que se repetem, nos compromissos que preenchem
cada espaço vazio. Mas o começo do ano é um lembrete gentil de que, pelo menos
agora, ainda temos tempo de redefinir o curso, ajustar a vela e apontar para
novos horizontes.
Claro,
sabemos que o caminho será cheio de altos e baixos. Janeiro é a promessa, mas
março já traz o cansaço, junho nos faz questionar, e, em outubro, estamos
contando os dias para outro recomeço. Mesmo assim, o que importa é a coragem de
começar, de acreditar que temos um ano todo pela frente.
E enquanto
os dias se estendem, como folhas de um livro que ainda não foi escrito, resta a
certeza de que cabe a nós decidir o tom dessa narrativa. Podemos ser
protagonistas ousados ou coadjuvantes apáticos. Podemos nos apegar ao que nos
prende ou nos lançar ao novo.
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