Pular para o conteúdo principal

Menino Velho

Velho Menino



   Quando eu ficar bem velhinho, e não poder fazer mais nada eu vou fazer uma viagem e voltar a ser um menino novamente.

   Aquele que corre com uma brincadeira qualquer, aquele que não se preocupa com nada nesta vida;

   Aquele que ouve os conselhos dos pais, mas não fazem muito efeito em sua cabecinha vazia de menino;

   Aquele já acorda aos pulos com energia para dar e vender se fosse o caso;

    Aquele que não precisa falar muito de como quer que as tarefas sejam feitas;

    Aquele que não leva desafora para casa, mas também evita confusão;

    Aquele que gosta de olhar para sua mãe e pensar ela é muito linda, ela é a mais bela, amável dentre as outras;

    Aquele que fala tudo que pensa;

    Aquele que quer saber de tudo e perguntas de mais;

    Aquele que não gosta de salada;

   Aquele que não tem medo de nada;

   Aquele que gosta de ajudar os mais velhos;

   Aquele que gosta de histórias de “assombrações”;

   Aquele que

    Aquele que não está nem aí para aquela menina linda filha do vizinho mais rico da sua rua;

   Aquele que olha a mesma menina filha do vizinho rico quando passa de mãos dadas com sua irmã mais nova;

   Aquele que tira boas notas na escola, principalmente em matemática;

   Aquele que vai crescendo devagar, mas as meninas que não olhavam para ele começam a suspirar;

   Aquele que aprende a dançar as músicas do momento;

   Aquele que namora todas as meninas que encontra, mas não se declara para nenhum;

   Aquele que se apaixona e acha aquilo muito esquisito;

   Aquele que não suporta injustiça e quer resolver tudo;

   Aquele que forma uma família, namora, casa, tem filhos, fica meio careca envelhece e faz mais uma viagem!

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O DOM DA VIDA

 O DOM DA VIDA III A vida, uma dádiva divina, é o tesouro mais valioso que Deus nos concedeu. Não está confinada pelas limitações do tempo ou do espaço; em vez disso, é uma manifestação eterna de amor sem limites.   A dádiva da vida não é arbitrária; ela confere uma essência única, um reflexo eterno do divino. Cada um de nós, ao receber esta dádiva, ganha uma marca eterna da própria personalidade de Deus.   Compreender esta existência singular leva a uma apreciação profunda e específica da nossa individualidade. A nossa vida desenrola-se como um espetáculo único, que começa no nascimento e se prolonga até ao infinito.   Embora partilhemos um destino comum de mortalidade, a forma e o momento da nossa morte são diferentes. No entanto, no meio destas diferenças, a experiência permanece universal: a transição da existência corpórea para o não-ser. Mas mesmo na morte, a vida persiste, transcendendo os limites temporais de nossa estada terrena.   Perce...

Temos um Ano Todo pela Frente

                                               Temos um Ano Todo pela Frente Janeiro sempre chega como uma folha em branco, imaculada e cheia de promessas. É um mês com cheiro de novidade, um misto de esperança e de leveza, como se o peso dos meses anteriores tivesse ficado para trás, dissolvido no último badalar de dezembro. O sol parece mais brilhante em janeiro. Talvez seja a forma que ele encontra de nos lembrar que há tempo, que há caminhos a serem trilhados, que ainda dá para recomeçar. A cada manhã, quando a luz invade as janelas, há uma sensação quase palpável de recomeço. Mas é curioso como o começo de um ano é mais do que uma data no calendário. Ele é uma promessa silenciosa que fazemos a nós mesmos. "Este ano vai ser diferente", murmuramos entre listas de metas, planos e sonhos que ainda não foram vividos. A dieta que começará na segunda-feira, o projeto...

CRÔNICA DA MADRUGADA

                                                 Crônica da Madrugada   A madrugada tem um silêncio peculiar. Não é um silêncio absoluto, mas um murmúrio constante de coisas que quase não existem: o vento que desliza entre as folhas das árvores, o zumbido monótono de um poste de luz, o eco distante de um motor que corta a noite. A cidade dorme, mas nunca completamente.  Num banco de praça de uma rua, um homem escreve. Ele está ali todas as noites, um fantasma do próprio cotidiano. Entre uma xícara de café esfriando e um caderno surrado, ele compõe suas histórias, rabiscando memórias e sonhos com a precisão de quem sabe que o amanhecer virá rápido demais.   As ruas ao redor parecem congeladas no tempo. O asfalto ainda reflete a chuva que caiu horas antes, e as luzes douradas dos postes criam pequenas poças de brilho sobre a escuridão molhada....